Dia Mundial das Florestas Tropicais (22-Jun) – alerta para a preservação do ecossistema

Dia Mundial das Florestas Tropicais (22-Jun) – alerta para a preservação do ecossistema

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, celebra neste 22 de junho o Dia Mundial das Florestas Tropicais.

O chefe da Unidade de Mitigação Climática do Pnuma, Gabriel Labbate, explica a importância deste ecossistema, especialmente diante aos desafios da tripla crise planetária, com mudanças climáticas, perda da biodiversidade e poluição.Lago na floresta Amazônica em Manaus, Brasil. Foto: IMF/Raphael AlvesLago na floresta Amazônica em Manaus, Brasil.

Restauração das florestas

Além do corte das emissões de gases de efeito estufa, o especialista do Pnuma destaca que será necessária uma restauração massiva das florestas para garantir que o aquecimento global não supere os 2oC.

Gabriel Labbate explica que a Amazônia ou a Bacia do Congo são reservatórios gigantescos de biodiversidade: lar de onças, chimpanzés e preguiças.

Os locais também são fundamentais para a regulação da disponibilidade de água em níveis regionais.

Labbate destaca que a Bacia do Congo, por exemplo, influencia os padrões de chuva até o norte da África. Assim, para as pessoas que vivem nesses ecossistemas, as florestas são uma fonte de renda, alimentos, remédios.

O alerta do chefe da Unidade de Mitigação Climática do Pnuma é que as florestas tropicais comecem a dar sinais que estão próximas de seus limites. Ele cita estudos sobre a Amazônia, que estaria perdendo sua resiliência.

Ele explica que a Amazônia é como uma recicladora gigante, uma espécie de bomba d’água. Sem ela, todo o sistema pode se transformar em uma savana porque não há água suficiente para sustentar uma floresta tropical. Como consequência, o ecossistema poderia desaparecer.

Sistemas de produção de alimentos

Segundo Gabriel Labbate, uma grande ameaça às florestas tropicais são os sistemas de produção de alimentos. Para ele, a expansão da soja, gado e outras commodities, especialmente no Sudeste Asiático e na América Latina, está ocorrendo por meio do desmatamento e da perda de florestas nativas.

O especialista afirma que isso não significa que os sistemas de produção de alimentos não possam se expandir, mesmo porque a população global continuará a aumentar. Ele defende que os sistemas de produção de alimentos busquem se expandir em outros tipos de soloa.

Gabriel Labbate cita também a infraestrutura e os incêndios florestais como ameaças para as florestes tropicais.

Ações contra desmatamento

O Pnuma afirma que vem trabalhando em diversas frentes para buscar formas de mudança. Labbate ressalta o apoio da agência ao fortalecimento do mercado de carbono e as cadeias de suprimentos livres de desmatamento.

Segundo o especialista do Pnuma, a entidade também trabalha com bancos para facilitar linhas de financiamento para uso sustentável da terra e dá suporte para a proteção de áreas e territórios indígenas.

Para a sociedade civil, Labbate recomenda que as pessoas fiquem atentas durante eleições, verificando o que candidatos propõem para a conservação do meio ambiente.

Além disso, ele sugere que os consumidores busquem saber de onde vêm os produtos que estão comprando para saber se estão implicados no desmatamento. O especialista ainda aconselha que os pais conversem com os filhos sobre a importância de preservar o meio ambiente.

Para ele, todos ainda podem buscar associações de conservação local para contribuir com questões de suas comunidades.

FONTE: https://news.un.org/pt/story/2022/06/1793252

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